terça-feira, 24 de maio de 2011

LUTO - Chloe se foi

Por Dani Pedroso, Porto Alegre/RS danipereirapedroso@yahoo.com.br

Na tarde dodia 18/5, quarta-feira, dissemos adeus a nossa pequena Chloe.
Torna-seimpossível contarmos essa triste notícia a todos os amigos sem lágrimas nosolhos e com uma profunda dor no coração...
Como vocêsdevem lembrar, e conforme histórico de e-mails abaixo, Chloe era uma filhota deaproximadamente 6 meses quando a encontramos abandonada, amarrada em um portão,no mês de março. Ela estava bem fraca e desnutrida. Resgatada, Chloe permaneceuinternada na Clínica Mundo dos Bichos por mais ou menos 45 dias, quando então,o grande dia chegou: Chloe foi adotada! No dia de sua entrega, uma calorosarecepção a esperava e sua chegada foi motivo de grande alegria para sua famíliae irmãos caninos.
Dias após sua adoção, a Elça, adotante de Chloe notou alguns sintomas na peluda e, então,realizamos um terceiro hemograma em Chloe. Foi constatado que Chloe estava comcinomose. Ela possuía o maldito vírus da doença e, mas somente quando foi vacinada,o vírus manifestou-se. Quando tivemos esse diagnóstico triste, internamos apequena Chloezinha na Clínica Zoomed, onde LUTAMOS e fizemos de tudo o que erapossível para que Chloe sobrevivesse e pudesse curtir aquela família que aestava esperando de portas e corações abertos.
Infelizmente,muitas vezes, as coisas não acontecem como desejamos...
Diariamentea Elça, mãe de Chloe, a visitava na clínica, sempre dedicando um pouco de seutempo, amor e carinho para ela.
Durantetodo o período em que Chloe esteve internada, recebemos notícias diárias sobreela, dia-a-dia essas notícias foram levando, aos pouquinhos, nossas esperançase o sonho de vê-la saudável e feliz. Chloe foi piorando a cada dia.
 Os três últimos dias que antecederam a morteda nossa amada cadelinha foram de muito sofrimento para todos nós, pois Chloejá não mais queria se alimentar, não levantava mais para fazer suasnecessidades e os espasmos musculares já haviam tomado conta de todo o seucorpinho. Ela estava no soro, quase sempre sedada e as veterináriasresponsáveis por ela já não tinham mais esperanças de melhoras ou de qualquerrecuperação do quadro da doença.
Me faltavacoragem para ir até a clínica e autorizar a eutanásia que já havia sidosugerida pelas veterinárias. Lutei e relutei muito comigo mesma, pois sabia otamanho da dor que seria tomar essa triste mas inevitável decisão.
Fui até lá,na verdade nem sei como, pois estava e ainda estou emocionalmente muitoabalada, arrasada e ainda com muita dificuldade de entender a forma com quetudo isso aconteceu.
Quandoentrei na sala onde a Chloesinha estava, me deparei com ela deitadinha em umcobertor, parada, em frente a um aquecedor, pois já estava hipotérmica. Senteiao seu lado, abracei-a muito, segurei sua cabecinha e ali conversei com ela.Sei que ela me ouvia, seus olhinhos me diziam isso. Falei que a amava e quesentia muito por tudo o que estava acontecendo. Disse que jamais pensei emviver aquele momento... Jamais pensei que pudesse chegar o dia em que eudeveria decidir por deixá-la viver ou não.
Nãoconseguia conter o choro e a dor que ainda sinto. Não queria acreditar que asesperanças que eu ainda cultivava em meu peito haviam sido arrancadas e asarmas com que lutávamos contra a maldita doença nada mais poderiam combater. Chegavao fim da nossa luta.
Liguei paraa mãe da Chloe e ela chegou em seguida. Assim, juntas, decidimos pelo fim dosofrimento de nossa tão amada cadelinha. Foi preparada a medicação para aeutanásia e depois de tudo pronto para o procedimento, a vet. Maiara meperguntou por algumas vezes se ela poderia dar início à eutanásia. Em todas asvezes o meu coração dizia que não, que eu não poderia permitir... Pedi muito aDeus que me ajudasse, que me desse força e acalmasse o meu coração, pois já não tinha mais condições paracontinuar vivendo aquele momento.
Disse àveterinária que poderia dar início. Me debrucei sobre a mesa, encostei minhacabeça no corpinho da Chloe, segurei em sua patinha, disse novamente que eu aamava e que todo o sofrimento passaria , que ela dormiria em paz, sem dor, semespasmos, de forma tranqüila, para sempre. Em poucos segundos senti seucoraçãozinho parar de pulsar, seu corpinho parar de tremer, estava tudoterminado. Era o fim de tanto sofrimento!
Amigos, diantedessa situação, começamos a refletir... Enquantonós sofremos e lutamos para salvar vidas de animais doentes e totalmenteindefesos, nos deparamos com pessoas que covardemente descartam seus animais,cães ou gatos, por terem feito buracos em seus “preciosos” jardins, cocôs e xixisem lugares “errados”, por latirem de mais ou de menos, por pularem, brincarem,roerem, serem saudáveis, por respirarem. Queria eu poder ver a Chloe fazer tudoisso e muito mais, pois essa é a única razão pela qual lutamos, para que todoseles sejam amados e respeitados e não abandonados por ainda não terem aprendidoaquilo que podem ou não fazer.
Não sabemos a quantas pessoas e a quem esse e-mail chegará,mas pelo amor de Deus, sejam donos responsáveis, cuidem de seus animais comamor e dedicação, com carinho e seriedade. Não passem e repassem seusanimaizinhos adiante por razões fúteis e hipócritas. Tenham certeza que dessavida nada levamos, nem os jardins, nem o sofá, nem nada daquilo que achamos queestá acima da fidelidade, lealdade, do companheirismo e do amor incondicionalque esses bichinhos sentem por seus “donos”. Esses pobres animais são obrigados a sofrer a dor do abandono e,diferente de nós, são seres irracionais e não entendem o porquê de terem sidodescartados. Muitos desses morrem por não suportarem tamanha tristeza outrosesperam anos após anos pelo "dono" que jamais voltará.
Mas o que importa, não é mesmo?! A casa, os jardins, o sofá...esses tesouros  estarão preservados,continuarão acima de tudo! Acima, do bem maior, a própria vida!
Queremosagradecer de coração à mãe da Chloe,que apesarde conviver com a Chloe por poucos dias, demonstrou durante todo o tempo em quea nossa peludinha esteve internada um amor sem limites, um amor sempreconceitos, o amor verdadeiro. Sabemos que são raras as pessoas abençoadascom esse amor, e que acima de todas as coisas, estão comprometidas com avidinha que se dispuseram a assumir, zelar e cuidar. 
Muitoobrigada também àqueles amigos que nos ajudaram com os custos do tratamento daChloezinha, aos que repassaram nosso apelo e nos enviaram mensagens de força eesperança.
Deus estáno controle de tudo. Ele determinou que assim fosse, nos resta aceitar eagradecer a ele por estar ao nosso lado em todos os momentos.
 
Abraços.
Elisete eDani.
 

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