terça-feira, 6 de junho de 2017

A cor da pelagem é o que define o seu amor? O preconceito na adoção.

É muito comum em feiras de adoção receber pessoas que chegam para adotar um animal já com o perfil traçado. Em 98% dos casos os adotantes preferem animais de cor...

É muito comum em feiras de adoção receber pessoas que chegam para adotar um animal já com o perfil traçado. Em 98% dos casos os adotantes preferem animais de cor clara. Essa atitude, sem que os adotantes saibam, criam no mundo da proteção uma realidade de preconceito altíssima, que deixa os animais de pelagem preta, frajola ou os escaminhas sempre como última opção.
O que as pessoas não sabem é que isso gera uma vida de espera para animais de abrigos que nasceram com essas características. São os classificados como “menos adotáveis”, que sofrem muitas vezes uma vida inteira esperando a sua chance que pode nunca chegar.

Imaginem passar uma vida toda entre feiras de adoção e abrigos, esperando a chance de ser escolhido. Imaginem envelhecer sem ter dentro de um abrigo a possibilidade de conhecer o quentinho de uma cama, sem saber o que é esperar o retorno do tutor no fim do dia, sem ter a chance de fazer parte de uma família. Morrer sem ter o afago, amor e a saudade de alguém pelo simples fato de ser vitima do preconceito humano.
Aí quando eu conto essa história para os possíveis adotantes do gatinho de olhos azuis e pelagem branca, ou aqueles que escolhem pelo cachorrinho estopinha de pelagem amarela (o tipo que todo mundo quer), eu ouço deles “nossa isso existe mesmo?”
Eu respondo: “Infelizmente sim, que tal aquele pretinho ali que está há quase 5 anos para adoção? Ele é muito dócil!
Os adotantes na maioria das vezes se olham, fazem uma cara de pena e dão a mim a resposta que já faz parte de um coro existente em quase todas as feiras de adoção “Não obrigada, ele é lindo, mas queremos esse aqui mesmo.”
Se um dia você sair para adotar um animal, vá de coração aberto, pergunte a história de cada animal, avalie o tempo que estão há espera de uma família. Porque adotar é um ato de amor, e o amor (o verdadeiro), não tem cor que o defina. Todos merecem uma segunda chance.

 
 

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