quarta-feira, 31 de julho de 2013

A hora certa de castrar cães e gatos

A hora certa de castrar
A esterilização em cães e gatos evita um aumento inesperado da prole, além de trazer mais qualidade de vida aos bichinhos. Veja a razão e em que momento agir:

POR PATRICIA ROMANO

O animal chegou em sua casa pequenininho, ganhou carinho, comida, proteção. Depois cresceu, se desenvolveu e chegou a hora em que ele deseja… ‘namorar’. Mas digamos que você não queira se tornar ‘avô’ de lindos filhotinhos, muito menos pretenda deixar seu fiel companheiro solto para ‘aprontar’ na rua (afinal, existem riscos de ele se envolver em encrencas, se machucar ou contrair doenças). O que fazer, então, para preservar a qualidade de vida do bicho e atender a conveniência do dono? A castração – procedimento que consiste na retirada dos órgãos responsáveis pela reprodução – é um caminho. Nas fêmeas são extraídos ovários, útero e trompas e, nos machos, faz-se a remoção dos dois testículos. Os riscos operatórios são geralmente pequenos e o processo de recuperação, rápido.

Segundo os especialistas, além de evitar uma gravidez indesejada, a esterilização contribui para a saúde do pet. No sexo feminino, cai a incidência de aparecimento de tumores nas mamas; no masculino, há redução de problemas de próstata e tumores testiculares. A técnica também é capaz de deixar o bicho mais calmo e, com isso, até ajudar no controle de demarcação de território através da urina. “Trata-se de um método seguro, incastrar dolor e que poupa problemas futuros em cães e gatos. “No entanto, existem casos em que se deve refletir por mais tempo. Talvez o dono venha a ter interesse em reproduzir seu animal ou a fêmea apresente um grande instinto materno”, avalia a veterinária Andrea Regina Cardoso Moreira (SP).

Os felinos costumam ficar mais tranqüilos depois de castrados

Mitos e verdades
Mesmo conhecendo o procedimento e seus benefícios, muita gente ainda tem dúvidas, especialmente sobre o comportamento do animal após a operação. Em relação aos machos, por exemplo, existe o mito de que eles podem perder suas características sexuais. Porém, não há o que temer. “Os hormônios animais não reagem da mesma forma que os dos humanos. Por isso, o bichinho não sofre com a falta de apetite sexual. Não são os testículos os únicos responsáveis pela masculinidade. Existem as glândulas supra-adrenais, que também produzem uma parcela desses hormônios. Muitos machos, inclusive, continuam namorando após a cirurgia, ao passo que as fêmeas se tornam mais brincalhonas”, revela a veterinária. Mesmo assim, há quem prefira uma outra solução: a vasectomia, método que impede a saída de espermatozóides sem contudo afetar a produção de testosterona. Segundo o veterinário David Giuntini Filho (SP), animais que passam por esse tipo de procedimento, principalmente cães de guarda, não sofrem qualquer alteração comportamental, apenas deixam de ter a capacidade de procriar.

Outro medo que surge na hora de decidir pela castração é de o bicho ganhar peso extra. Os especialistas afirmam que não é a operação que pode levar à obesidade, mas sim os cuidados com o animal depois do procedimento. O que ocorre é que cães e gatos tornam-se mais sedentários porque, em geral, com a diminuição do metabolismo, ficam mais tranqüilos. Nesse caso, é importante um controle nutricional para que o pet continue ‘em forma’.

Há quem relacione ainda esterilização e problemas de pele. Na verdade, se o animal tiver uma disfunção preexistente, ela pode ser potencializada com a cirurgia. No entanto, o veterinário Maurício Cicuti (SP) afirma que, ao contrário, a técnica auxilia no combate aos problemas dermatológicos.

Quando fazer
Para que os benefícios sejam alcançados, é preciso agir na hora certa: a maioria dos veterinários brasileiros considera que o animal deva ter entre seis e oito meses, época em que já possui a dentição completa e recebeu as principais vacinas. Porém, a idade pode variar. Nas fêmeas caninas de maior porte, a esterilização é recomendada a partir de um ano de idade.

Após esse período, a eficácia do método, em relação ao comportamento do bichinho, pode ser reduzida. Ou seja, se ele leva uma vida mais agitada, passa muito tempo fora de casa, já teve alguma experiência sexual e possui mais de dois anos de idade, não é garantido que ele consiga modificar esses hábitos já cristalizados.
Pré e pós-operatório : Anatomicamente, cães e gatos machos possuem diferenças pequenas e, portanto, o procedimento cirúrgico é o mesmo e mais simples que o das fêmeas.

Durante a operação, o bicho recebe anestesia geral – que pode ser inalatória (mais recomendada) ou injetável – e não sente nenhum tipo de dor.
Toda cirurgia envolve riscos. Porém, se o animal estiver em boas condições de saúde e sob cuidados de um veterinário competente, os perigos são menores.
Tanto machos quanto fêmeas levam cerca de oito dias para se recuperar. No início podem sentir um certo desconforto, mas recuperam-se rapidamente.

Fonte: Acessado em UPAC Fortaleza em 31/07/2013

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