Muitas pessoas que já possuem um cãozinho resolvem
ter outro para fazer companhia ao primeiro, ou simplesmente gostam tanto de
cães que resolvem aumentar a família. Se para alguns a tarefa de reunir
cachorros é fácil, para outros pode significar uma tortura. Como fazer
para os peludos se darem bem e não haver brigas na casa?
Se pararmos para pensar no assunto com cuidado,
veremos que as variáveis são muitas e as chances de sucesso na introdução de um
novo membro na matilha podem ficar comprometidas. É possível pensar em diversas
combinações entre o cachorro que vai ser introduzido e o cachorro que já está
na família e, em cada uma destas combinações, existir uma particularidade
(independente do temperamento do cachorro que já temos em casa e do cachorro
que vai chegar).
Precisaríamos de um livro para detalhar todas as
possibilidades, então vamos passar uma ideia geral da técnica para se
introduzir um novo cão na família e, quando for oportuno, faremos um comentário
sobre casos específicos.
A técnica do
passeio
Talvez a forma mais fácil e menos traumática para se apresentar um
novo cão à sua matilha seja levando todo mundo para dar um passeio do lado de
fora da casa. Um território neutro costuma fazer milagres
nas relações caninas.
Se você está adotando um cachorro adulto é só colocar todos os seus
cachorros na guia e levá-los para passear. Logo no início do passeio peça a
alguém, que os seus cães conheçam e gostem, para se aproximar segurando o
novo membro da família em uma coleira, passando a caminhar todos juntos,
mantendo uma distância segura entre os cães. De início, não pare para
“apresentar” os cães. Simplesmente coloque todo mundo para andar. Se você tem
só um cachorro, coloque-o para andar ligeiramente na frente do novato. Já se
você tiver uma pequena turma, coloque o que costuma ser o líder na frente e
deixe o novato no final do pelotão. Quando todo mundo já estiver um pouco
cansado e já tiverem aceitado a proximidade do novo cão, é a hora de deixar que
eles se cheirem.
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Procure sempre estar com os cachorros mais antigos
e a outra pessoa segurando o novo cão. Um monte de carinhos e biscoitos ajudam
a dar uma sensação de bem estar entre os peludos. Se você estiver apresentando
um filhote à cachorros adultos é provável que não haja brigas. Dificilmente
(mas não é garantido) um cão adulto ataca um filhote. E se todo mundo for
filhote, aí é que não tem problema mesmo. Eles vão logo se animar e começar uma
brincadeira!
A apresentação dentro de casa
Se o filhote a ser apresentado ainda for muito
pequeno para ir à rua, apresente os seus cães na casa de um amigo que
represente “território neutro”. Devidamente apresentados, então é hora de
voltar para casa. Faça os seus cães entrarem primeiro, solte-os da guia se você
já estiver confiante e só depois entre e solte o novo membro. Se os seus
cachorros derem uma certa “imprensada” no novo amigo e se ele for filhote, não
fique excessivamente preocupado. Isso é normal e eles não deverão machucar o
novato, que deve se colocar em uma posição física e hierarquicamente inferior
aos seus cães. Interfira apenas se os cachorros estiverem realmente
machucando o novo peludo, ou se o novato resolver “encarar” o assédio.
Neste caso, ponha todo mundo na guia novamente e só solte quando todos
estiverem mais calmos. Uma cerca ou um portão para separar ajudam, mas ao mesmo
tempo é importante permitir que eles se vejam e se cheirem. Cuidado para não
separá-los por muito tempo (mais de uma semana), pois as chances de juntá-los
ficam muito menores.
Outra boa estratégia é primeiro deixar o filhote com o cão mais
amoroso e paciente da matilha atual, num local mais reservado e seguro.
Assim, o cão mais novo forma um laço de amizade e companheirismo com um cão
que já faz parte da matilha, facilitando a sua aceitação pelos outros
membros.
Nunca deixe o cãozinho a sós com os veteranos. Apesar de, em geral, o
filhote ser bem aceito pelos cães adultos, há casos de ataques e a chance de
lesões graves são altas.
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Alguns cuidados especiais
Certifique-se que o filhote tenha o seu próprio
pote de comida, água, paninho ou caminha para deitar e um cantinho para ficar
quieto. Aproveite para garantir que o cachorro mais velho tenha um lugar
especial para se manter afastado do novato, principalmente se o cachorro que já
estava na casa é adulto e você está recebendo um filhote, ou se o cachorro mais
antigo é de pequeno porte e o mais novo é de grande porte.
Reforce, a todo momento, que os que já moravam na
casa tem privilégios que o pequeno ainda não pode desfrutar. Fale, brinque e
alimente primeiro o mais velho. Se o cão “das antigas” resolver tirar o
brinquedo da boca do novato e ainda atormentar um pouquinho o novato, deixe.
Quanto menos interferirmos nos “arranjos caninos”, melhor!
O que é melhor: mesmo sexo e mesma
raça?
Cães do
mesmo sexo (macho com macho, fêmea com fêmea), tendem a ter uma dificuldade
muito maior para se adaptar do que quando os sexos são opostos. Além disso,
se eles não brigarem enquanto um é mais velho e o outro é filhote, as chances
de brigas aumentam quando se tem dois machos ou duas fêmeas adultas na mesma
casa.
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Se você está pensando em ter cachorros de sexo
opostos, mas não quer ou não pode cruzá-los no futuro, castre-os o quanto
antes. Acredite, não existe “separar” macho da fêmea quando ela está no cio.
Até criadores experientes, com espaço mais do que suficiente, empregados
treinados e canis reforçados já passaram pela experiência de ter um cachorro
escalando muros impossíveis de serem escalados, fêmeas passando por frestas
inimagináveis e filhotes nascendo de encontros difíceis de terem acontecido! Se
você mora em apartamento, não é aconselhável a vasectomia do macho (recurso em
que o macho pode cruzar, mas não produz filhotes), pois a choradeira e os uivos
durante o período de cio da cadela vão deixar você esgotado e os vizinhos
furiosos.
Raças iguais tendem a se dar melhor entre si, mas
não é uma regra absoluta. Terriers, de um modo em geral, não deveriam ser
colocados com cachorros do mesmo sexo, como também não deveriam ter mais do que
um companheiro/companheira. Tenha em mente que quanto mais cachorros a sua
matilha tiver, mais difícil será manter uma harmonia permanente, tornando a
introdução de um novo membro cada vez mais delicada.
E se, apesar de
todos os cuidados, acontecer a tão temida briga?
Às vezes, dois peludos que sempre se deram bem
passam a brigar quando adultos, ou depois que um deles teve algum problema e
precisou ficar isolado por algum tempo. Nestes casos, é importante se tomar as
medidas corretivas o mais rápido possível, com o risco de poder impactar
bastante no resultado e na frequência que novos confrontos poderão ocorrer.
Para reduzir os efeitos negativos de uma briga:
* Mantenha cada cão com a sua coleira para ter onde segurá-lo, se necessário;
* Tente separar os briguentos direcionando sobre eles o jato de ar do
Pet Corrector, principalmente se seus cães são grandes ou quando dificilmente
serão separados sem risco de você levar uma grande mordida, ou de um cão machucar
muito gravemente o outro;
* Quando os cães estiverem separados leve um por vez, na guia, para
passear (lembrando de levar sempre primeiro o mais dominante). Isso ajuda a
acalmar e costuma ser suficiente para os cães esquecerem as suas diferenças. Depois
do passeio deixe os dois juntos, sob supervisão temporária, ou presos pelas
coleiras e guias a uma distância segura, mas no mesmo ambiente. Uma variante
interessante é os dois saírem para passear levados por condutores diferentes,
na guia, e se encontrarem em ambiente neutro, onde poderão interagir à
vontade;
* Procure não deixar os cães separados sem se verem por muito tempo. É
melhor manter os dois juntos no mesmo ambiente, cada um no seu canto, do que
deixar que os peludos "dominem" uma parte da casa e não permitam
mais o outro chegar perto.
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A grande sacada, se você só tem um cachorro, mas
vislumbra a possibilidade de um dia ter outro, é não perder tempo nem uma
oportunidade de ouro de socializar bem o seu peludo. Comece a socializar o seu
filhote com outros cães o quanto antes, procure convidar sempre os cachorros
dos seus amigos para virem visitar a sua casa. Quanto mais acostumado a
“receber” visitas caninas e mais acostumado a brincar com outros semelhantes o
seu cachorro for, mais fácil será para ele aceitar companheiros permanentes na
sua casa. Por falar nisso, que tal aproveitar e apresentar o seu filhote a
gatos, hamsters, tartarugas, pássaros e outros bichos? Sabe como é, quem gosta
de animais deve estar preparado para tudo! J
Importante: são poucos os casos
em que o cachorro que já está na casa não aceita o outro de jeito nenhum (seja
o novato de outro sexo, seja filhote, seja manso, seja o que for), mas estes
casos existem. Se você tem um cachorro deste tipo peça a ajuda de um profissional
experiente para fazer a avaliação correta dos seus bichos. Dependendo
do caso, pode ser melhor desistir da ideia de ter outro cachorro. Não vale a
pena viver o estresse diário das brigas, dos cortes, das visitas ao veterinário
e a constante preocupação de manter a quase impossível tarefa de deixar os
peludos afastados uns dos outros.
Fonte: http://goo.gl/frOVB
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